Os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), que são homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte, caíram 24% em todo o Estado, no primeiro semestre deste ano. No mesmo período de 2019, foram computados 1.554 registros contra 1.182 neste ano, resultando na preservação de 372 vidas. Os dados foram apresentados nesta quarta-feira, 8, em entrevista coletiva à imprensa, pela Secretaria de Inteligência e Análise Criminal (Siac), vinculada à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup).
Os esforços contínuos feitos pela atual gestão do Estado refletem, mês a mês, a redução da criminalidade em todo o Pará. As diminuições são validadas por organismos de pesquisa e estudo que comparam os índices de crimes cometidos no país, a exemplo do Monitor da Violência e publicações do jornal O Globo, apresentados recentemente.
“Nós tivemos uma queda na criminalidade, tanto em 2019, quanto em 2020, inclusive com organismos nacionais atestando essas diminuições, que é o resultado do trabalho integrado das forças de segurança com o uso da inteligência e sem aumentar a letalidade policial, que vem ampliando em outros estados da federação” - Ualame Machado, titular da Segup.
De acordo com o secretário, houve ainda uma forte redução nos índices de mortes de agentes de segurança pública. "Então, as taxas que nacionalmente têm aumentado, nós temos conseguido reduzir, que é a redução na criminalidade, na morte de agente público e da letalidade policial", disse.
Ao comparar o 1º semestre de 2019 com o mesmo período deste ano, observou-se a diminuição de 24% nos homicídios, com 1.464 casos computados no ano passado e 1.108 em 2020, resultando em 356 crimes a menos. Ao somar os crimes evitados desde o início da gestão, mais de mil pessoas tiveram suas vidas preservadas.
O crime de latrocínio, o roubo seguido de morte, comparando o período de janeiro a junho, de 2019 e 2020, computou 69 e 57 registros, respectivamente, ocasionado uma diminuição de 49 registros do tipo, levando a uma redução percentual de 17%. A lesão corporal seguida de morte apresentou uma diminuição de 19% dos casos, com 21 registros nos primeiros seis meses de 2019 e 17 este ano.
Roubos – Os casos de roubos, de janeiro a junho, apresentaram uma diminuição de 34%, com 356 casos a menos, no Estado. No ano passado, foram 43.528 registros computados e 28.902 em 2020. O roubo a transeunte diminuiu 36%, com 35.914 casos em 2019 e, neste ano, 23.120, apontando uma diferença no número absoluto de 12.794 roubos a transeuntes a menos, no Pará.
O roubo de veículos caiu 42% com 845 registros a menos, comparando janeiro a junho dos anos de 2019 e 2020, com 1.998 e 1.153 casos registrados, respectivamente, em todo o Pará. O roubo a coletivo alcançou a redução de 77% com 215 ocorrências a menos. No ano passado e neste ano, 278 e 63 registros foram computados, respectivamente.
Mortes por intervenção de agentes do Estado – Ao comparar os registros no período de janeiro a junho dos anos de 2019 e 2020, observa-se a redução de 29% no número de mortes por intervenção de agentes do Estado. No ano passado, foram contabilizados 367 ocorrências e este ano 259, resultando na preservação de 108 vidas.
Mortes de agentes de segurança pública
Houve uma redução de 72% no número de homicídios de agentes de segurança pública ao comparar os anos de 2019 e 2020. No ano passado, 25 agentes perderam suas vidas no Estado, no período de janeiro a junho, e este ano, no período equivalente, sete.
Roubo a banco e ataques a carro forte
As medidas adotadas pelo sistema de segurança pública para o enfrentamento aos roubos às instituições bancárias na modalidade conhecida por “vapor” ou “novo cangaço” resultaram em uma diminuição de 80% no comparativo com o primeiro semestre de 2019.
Em relação a roubos a banco na modalidade “vapor” ou “novo cangaço”, no ano passado, 10 ocorrências foram registradas, de janeiro a junho, em todo o Pará. Em 2020, houve dois episódios desse tipo de crime. Já os roubos a veículos de valores reduziram 100%. No ano passado, nos seis primeiros meses, foram três e esse ano nenhum.
“Nós sabemos que o tráfico de drogas tem conexão justamente com esses crimes mais violentos, como o homicídio, o latrocínio e a lesão corporal seguida de morte. Da feita que o sistema como um todo, Polícia Militar, Polícia Civil, os órgãos que compõem o sistema, atuam direcionados para o combate ao tráfico de drogas, o número de homicídios cai, por exemplo. Nós tivemos agora nesse primeiro semestre, só pela Polícia Militar, mais de 4 toneladas de drogas apreendidas aqui no Estado. Isso com certeza refletiu nessa redução”, afirmou o coronel Dilson Júnior, comandante-geral da Polícia Militar.
Feminicídio
Os crimes de feminicídio aumentaram 118%, no Pará, com o acréscimo de 20 registros, ao comparar o período de janeiro a junho dos anos de 2019 e 2020. No ano passado, foram registradas 17 ocorrências e neste ano, 37. Para fazer denúncias sobre esses tipos de crimes e outros formas de violência, qualquer pessoa pode enviar mensagens para o whatsapp do Disque Denúncia (91) 98115-9181 ou ligar para 181. Se precisar de atuação policial imediata, basta ligar para o Centro Integrado de Operações (Ciop) 190.
Trânsito
As infrações mais cometidas, no período de janeiro a junho, foram transitar em rodovia durante o dia sem luz baixa, veículo com excesso de peso (Art. 231, V) e estacionar na pista de rolamento (Art. 181, V). Na BR-316, houve a redução de 5,90% no número de acidentes, sendo 271 em 2019 e 255 este ano. Os acidentes com vitimas fatais, no período equivalente, alcançou a redução de 83,3%, com registros de 12 e 2 acidentes nos anos de 2019 e 2020, respectivamente.
“Neste semestre, destacamos a redução do número de acidentes envolvendo vitimas fatais. O ideal é que esse registro não ocorresse, mas destacamos a redução de 12 para dois eventos, no período de janeiro a junho. Assim como houve a diminuição de condutores sob o efeito de álcool, reflexo, também, do período de pandemia e lockdown estabelecido no Estado”, pontuou Ivan Feitosa, coordenador de Operações do Departamento de Trânsito do Pará (Detran).
Polícia Civil
A Polícia Civil registrou 267.847 Boletins de Ocorrência no primeiro semestre de 2020, representando uma redução de 25% nos registros quando comparados com o ano de 2019. Foram instaurados 28.453 inquéritos de 1º de janeiro a 30 de junho, o que representa uma diminuição de 27% em relação ao ano passado. A Polícia Civil expediu, também, o quantitativo de 1.173 mandados de prisão, no período, apontando uma redução de 56% nos cumprimentos quando comparados a 2019.
“Recentemente, nós tivemos uma semana de operações de combate às drogas e encontramos uma plantação de mais de 10 mil pés de maconha. Temos autuado de forma preventiva e agindo no cumprimento de mandados de prisão, o que vem contribuindo para uma segurança melhor para a sociedade”, pontuou o delegado-geral adjunto, Renan Souza.
Sistema Prisional
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) apresentou, durante a coletiva, os dados da produtividade no primeiro semestre de 2020. Segundo o órgão, o número de fugas/resgates em 2019 teve um total de 211 casos no primeiro semestre, já em 2020 somaram 23, uma queda de 88%. Materiais ilícitos apreendidos totalizaram 10.746 em 2019, este ano foram 1.193, de janeiro a junho. Foi pontuado, ainda, a transferência de 6.077 de presos para outras unidades penitenciárias, sendo 4.584 na região metropolitana de Belém, e 1.493 no interior.
“O sistema penitenciário agiu para controlar o cárcere e impedir a comunicação entre os presos com criminosos que agiam cometendo crimes das mais variadas naturezas do lado de fora da prisão. Ao agir dessa maneira, nós percebemos que reduziu tanto o número de mortes de agentes públicos da segurança, como os crimes de maneira geral. Então atribuímos, também, essa redução ao controle que foi estabelecido”, frisou o secretário adjunto da Seap, coronel Arthur Moraes.
Perícias
No Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, foram solicitados 29.127 exames periciais. “Isso representa uma redução de aproximadamente 30% no quantitativo de requisições em relação ao mesmo período do ano de 2019, sendo o menor número da série histórica, reflexo das medidas de contingenciamento adotadas em função da pandemia da Covid-19”, explicou o diretor do CPC Renato Chaves, Celso Mascarenhas.
Foram feitos 3.685 exames periciais de necropsia e 860 exames de necropsia por arma de fogo. Com relação a exames externos, foram feitos 4.932, havendo uma redução de 31% no número de pedidos. Os exames de lesão corporal foram 11.633 casos, drogas de abuso foram 2.980 casos, sexologia 1.220 casos e local de crime contra a vida foram 642 exames.