Na tarde desta terça-feira (17), o comandante-geral da PMPA, Coronel Dilson Júnior, participou de uma entrevista para o programa “canal Agro+”, da rede Band, onde abordou a importância do trabalho desenvolvido pelo Batalhão de Polícia Rural, unidade especializada no combate à criminalidade nas zonas rurais em todo o Estado.
A entrevista foi conduzida por Rodney Rocha Miranda, apresentador e delegado da Polícia Federal aposentado, ex-secretário de Segurança Pública de Goiás e um dos criadores do Batalhão Rural no estado. Durante a conversa, foram abordados a importância da criação da Unidade, que foi criada para atender as demandas específicas do campo e que tem se destacado pela eficácia nas ações de policiamento preventivo e repressivo em áreas distantes dos grandes centros.
Durante a entrevista, o comandante enfatizou que o Batalhão tem como missão principal garantir a segurança da população que vive e trabalha em áreas rurais, muitas vezes vulneráveis a crimes como furtos, roubos e invasões de propriedades. “A segurança no campo é tão importante quanto nas áreas urbanas. Estamos aqui para servir e proteger aqueles que muitas vezes se sentem desamparados pela distância dos grandes centros”, afirmou o Coronel Dilson Júnior.
O Batalhão atua em diversas frentes, desde o patrulhamento ostensivo até o atendimento de ocorrências específicas do meio rural, como conflitos agrários e crimes ambientais. Segundo o comandante, o diferencial da unidade é a proximidade com os produtores e trabalhadores rurais, que se reflete em um trabalho de inteligência mais eficaz. “Contamos com o apoio direto da comunidade rural, o que nos permite agir de forma preventiva e com rapidez”, destacou.
Além disso, o Batalhão atua em casos de furtos e roubos nas rodovias e estradas vicinais que interligam os municípios, bem como em crimes cometidos contra propriedades rurais, como o roubo de maquinário agrícola e de semoventes. A unidade também realiza o mapeamento de todas as propriedades rurais, utilizando coordenadas geográficas precisas (latitude e longitude), o que possibilita uma ação preventiva mais eficiente e a redução no tempo de resposta às ocorrências, buscando reverter a tradicional postura reativa, adotada após a prática do crime.
Atualmente, existem dois Batalhões de Polícia Rural dedicados ao combate à violência no campo. O 1º Batalhão de Polícia Rural foi criado em 1º de julho de 2022, com sede em Marabá, contando com um efetivo de 53 Policiais Militares e cinco viaturas. A unidade monitora 2.342 propriedades cadastradas e atua em 35 municípios, entre os quais se destacam Marabá, Redenção, Parauapebas, Tucuruí e Altamira.
O 2º Batalhão de Polícia Rural, ativado em 24 de novembro de 2022, tem sede em Castanhal e conta com 110 militares e oito viaturas. Ele monitora 2.197 propriedades e atua em 47 municípios, destacando-se Castanhal, Paragominas, Tomé-Açu e Capanema.
A unidade realiza diversas operações rotineiras nas localidades, destacando-se as seguintes: a Operação Zona Rural Segura, que visa promover ações preventivas e repressivas de segurança pública por meio do policiamento ostensivo e da fiscalização das áreas rurais, utilizando rastreamento e georreferenciamento. O objetivo é combater a criminalidade na zona rural, por meio de abordagens a transeuntes, ações em ramais, visitas à comunidade e monitoramento de propriedades, conforme as necessidades locais.
A Operação Escola Segura (Zona Rural), que foca no cadastramento de propriedades das escolas situadas nas zonas rurais e agrovilas dos municípios atendidos, georreferenciando-as para criar um banco de dados com informações relevantes. Além disso, são realizadas Visitas Técnicas Preventivas, fortalecendo a relação entre a comunidade escolar e a Polícia, contribuindo para a redução da violência.
E a Operação Deméter, voltada para a segurança rural, com patrulhamento intensificado durante o período de plantio, quando há um maior fluxo de insumos agrícolas e maquinários. Essa operação é especialmente destinada aos municípios com grande produção agrícola e que se encontram a maior distância da sede da Unidade.
O Batalhão também participa de estandes em feiras agropecuárias, em parceria com a FAEPA e sindicatos rurais de diversos municípios. Nessas ocasiões, as Unidades apresentam ao público, especialmente produtores e moradores da zona rural, a modalidade de policiamento exercida pelos Batalhões Rurais, além de exibir os equipamentos e materiais utilizados no serviço diário. Aproveita-se ainda a oportunidade para realizar o pré-cadastro de proprietários interessados, fortalecendo a relação entre a comunidade rural e a PMPA, além de promover a imagem da instituição junto aos moradores do campo.
Outra atuação importante do Batalhão é o policiamento em áreas de divisa com outros estados e em reservas indígenas, abrangendo todo o sul e sudeste do Pará. A região faz divisa com os estados do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso, onde o Batalhão Rural monitora propriedades cadastradas. Um exemplo é o município de São Geraldo do Araguaia, que faz fronteira com Xambioá, no Tocantins, sendo o rio Araguaia o limite natural entre os dois estados.
Além disso, outro ponto que se destaca é a atuação da Unidade nos conflitos agrários, onde, quando há um conflito, o batalhão atua em conjunto com a Delegacia de Conflitos Agrários (DECA), mantendo o contato com os invasores e por meio do diálogo, realizando a mediação dos conflitos existentes, restabelecendo a ordem e retirando os invasores sem o uso de IMPO (Instrumento de Menor Potencial Ofensivo) e sem a utilização da arma de fogo estabelecendo assim um novo paradigma na resolução de conflitos no ambiente rural no estado do Pará.
Como resultado, houve uma redução significativa dos índices criminais nas zonas rurais dos municípios atendidos pelos Batalhões, com destaque para uma redução nos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) de 31% no 1º BPR e 47% no 2º BPR.
Encerrando a entrevista, o comandante ressaltou que, embora ainda haja muito a ser feito, os investimentos do Governo do Estado e a colaboração com os produtores têm impactado positivamente todos os indicadores de segurança. Ele enfatizou que a presença da segurança pública é essencial em todo o Estado, não apenas nas regiões centrais, mas também nas áreas rurais mais remotas.